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terça-feira, setembro 23, 2025
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Um insulto à própria vida: Miyazaki critica o uso de inteligência artificial

A Beleza e a Dor: Miyazaki e a IA que Insulta a Vida

A internet anda fervendo com um fenômeno visualmente fascinante: transformar fotos do mundo real em paisagens etéreas, com a estética inconfundível do Studio Ghibli. A inteligência artificial, mais precisamente um modelo chamado ChatGPT, está sendo a ferramenta por trás dessa “reimaginação”, e a trend viralizou em proporções épicas. Mas, enquanto a galera se diverte transformando gatos em duendes e paisagens em mundos fantásticos, uma pergunta importante surge: o que o mestre Hayao Miyazaki, um dos pilares da animação, pensaria sobre tudo isso?

Miyazaki, o homem por trás de obras como Meu Vizinho Totoro, Princesa Mononoke e O Castelo Animado, já havia dado sua opinião sobre a questão, em 2016, anos antes do ChatGPT dar seus primeiros passos. E, acreditem, sua resposta não é nada carinhosa. Em uma entrevista, ele expressou um sentimento de profundo desconforto, descrevendo a prática como “um insulto à própria vida.”

Para Miyazaki, a animação é muito mais do que apenas criar imagens bonitas. É sobre capturar a fragilidade, a beleza e, acima de tudo, a dor da existência. Ele argumentava que aqueles que buscam reproduzir seu estilo com a ajuda da IA estão demonstrando uma completa falta de compreensão da complexidade da emoção humana. Ele não admitia a possibilidade de se envolver com essa tecnologia, sentindo que ela banalizava a experiência de criar.

Mas a onda Ghibli impulsionada pela IA não se limita a modinhas leves. A criatividade humana, por vezes, pode ultrapassar os limites da sensibilidade. E é exatamente isso que preocupava o grande diretor. A proliferação de imagens geradas por IA, inicialmente com temas simples, rapidamente tomou um rumo sombrio. Fotos de eventos trágicos, como o ataque de 11 de setembro, começaram a ser submetidas ao algoritmo, resultando em versões estilizadas que, para muitos, eram profundamente ofensivas.

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A popularidade massiva dessas transformações teve um efeito colateral inesperado: sobrecarregou as placas de vídeo de muitos computadores, devido ao alto consumo de energia necessário para alimentar os serviços de IA. Parece que a busca pela beleza digital teve um custo, não apenas para os artistas, mas também para a infraestrutura da internet.

A questão que se levanta é: onde traçamos a linha entre a experimentação digital e o respeito pela memória e pela dignidade humana? A capacidade da IA de recriar estilos visuais é fascinante, sem dúvida. Mas, como Miyazaki nos lembra, a arte verdadeira reside na capacidade de evocar a intensidade da experiência humana – a alegria, a tristeza, a esperança e, sim, a dor. E talvez, apenas talvez, a IA, por mais avançada que seja, não esteja preparada para compreender, ou para honrar, essa complexidade.

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Fabio Marcel
Fabio Marcelhttps://presstart.com.br
Designer Gráfico, Web Designer e apaixonado por games, sou um profissional com mais de 20 anos de experiência transformando ideias em designs visualmente impressionantes e funcionais. Especialista em Design Gráfico, domino ferramentas como Adobe Photoshop, Illustrator, InDesign e Corel DRAW, além de atuar no Desenvolvimento Web com a criação de sites, blogs, e-commerces e landing pages utilizando tecnologias modernas e sistemas com Jet Engine. Com um extenso portfólio de projetos bem-sucedidos, disponível para visualização no Behance (https://www.behance.net/fmg_webdesign ), destaco minha habilidade em criar designs memoráveis e impactantes que se destacam na multidão, sempre aliando criatividade e funcionalidade para entregar resultados excepcionais.

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