A Geração Digital e o Controle dos Pais: Uma Nova Era para as Redes Sociais?
A internet mudou o mundo, e a forma como crianças e adolescentes a experienciam é um tema que gera cada vez mais debates. Se antes a preocupação era com o acesso indiscriminado, agora a discussão central gira em torno de quem deve ter a palavra final sobre o que nossos filhos consomem e como usam as redes sociais. E a resposta, surpreendentemente, parece estar bem clara: os pais.
Um estudo recente, realizado com uma amostra representativa de pais brasileiros, revelou um número impressionante: 86% dos responsáveis concordam que é hora de implementar uma lei que exija autorização parental para que crianças e adolescentes acessem plataformas como WhatsApp, Facebook e Instagram. Mas o que está por trás desse desejo?
A pesquisa, conduzida pela Ipsos e com o apoio da Meta, aponta um consenso: a responsabilidade pelo monitoramento e controle do uso digital de menores de idade recai, em grande medida, sobre o Google e a Apple, os gigantes por trás das lojas de aplicativos. O estudo demonstra que a maioria dos pais acredita que a aprovação dos pais deve ser necessária, mesmo para downloads feitos diretamente nas lojas. Cerca de 57% defendem que a idade limite para essa autorização seja até os 16 anos, enquanto 30% preferem estender essa proteção a todos os menores de 18 anos.
Mas a questão não se resume apenas à aprovação do download. Mais de quatro em cada cinco pais e mães também apoiam a criação de contas específicas para adolescentes nas redes sociais, com funcionalidades e restrições adaptadas à faixa etária. Parece que a ideia é oferecer um ambiente mais seguro e controlado para os jovens explorarem o mundo digital.
E onde está a chave para facilitar esse controle? A maioria dos entrevistados (62%) acredita que o ideal seria implementar um sistema de aprovação parental diretamente nas lojas de aplicativos – seja na Play Store ou na App Store. A confiança nas plataformas de distribuição de apps supera a confiança em aplicativos individuais voltados para esse fim, mostrando que a segurança e a facilidade de uso são prioridades para os pais.
Quem é o responsável?
A discussão sobre quem deve ter o controle sobre o acesso dos menores nas redes sociais já não é nova. A própria Meta, em um movimento para demonstrar responsabilidade, criou suas contas “Criativix” para adolescentes, com funcionalidades limitadas e um ambiente mais seguro.
Em paralelo a este debate, o governo federal tem se mostrado engajado na questão, com o projeto “Crescer em Paz”, que visa restringir a exibição de conteúdos inadequados para menores de 18 anos. E a Câmara dos Deputados continua a analisar o PL 2.628/2022, que busca estabelecer regras mais rigorosas para a proteção de menores no ambiente digital.
O futuro das redes sociais para jovens parece caminhar por um caminho de maior controle parental. A questão agora é: como equilibrar a liberdade de acesso à informação com a necessidade de proteger nossos filhos dos riscos do mundo online? A conversa continua, e a resposta, provavelmente, envolve um esforço conjunto entre pais, empresas de tecnologia e legisladores.