A Guerra das Telas: Trump e a Tentativa de Engolir a Cachaça Hollywoodiana
A cena é digna de um filme de espionagem, só que a trama não envolve agentes secretos, mas sim bilheterias e a economia americana. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acaba de lançar uma bomba – ou melhor, uma tarifa – contra a indústria cinematográfica. E não é uma tarifa qualquer, preparem-se: 100% sobre filmes que não foram produzidos nos EUA.
A justificativa? Simples: Hollywood está à beira do abismo, sufocada por “incentivos” que outros países estão oferecendo para atrair os grandes estúdios e seus talentos. Trump pinta um quadro apocalíptico, descrevendo uma “ameaça à segurança nacional” – como se a produção de filmes estrangeiros fosse uma forma de traição. Um exagero, claro, mas que serve ao seu objetivo: fortalecer a indústria americana a qualquer custo.
A verdade é que, nos últimos anos, Hollywood tem fugido dos altos impostos e da burocracia dos Estados Unidos para se instalar em lugares como o Reino Unido, a Austrália, a Irlanda e a Espanha. Países que, com alguns incentivos fiscais de bolso, recebem produções de tirar o fôlego como “Missão Impossível 8” (que viajou o mundo ao sabor da história) e “Avatar: Fogo e Cinzas” (lançados na Nova Zelândia). E não para por aí: os Vingadores, nos seus percalços, também escolheram Londres como palco para “Avengers: Doomsday”.
Trump vê nisso um ataque, uma estratégia para roubar a “cachaça” americana. A resposta? Uma barreira impenetrável, uma tarifa que visa congelar aqueles filmes que não passaram pelo filtro do “feito em casa”.
A questão é: essa medida será tão eficaz quanto uma grade na água? Ou será apenas uma tentativa de Trump de se apresentar como o salvador de Hollywood, enquanto, na verdade, ela pode afastar produções estrangeiras – e, consequentemente, investimentos e empregos – do país?
O debate já começou, e promete ser acalorado. Resta agora acompanhar os próximos capítulos dessa guerra das telas, que pode ter um impacto enorme não só na indústria cinematográfica, mas também na economia e na imagem dos Estados Unidos no cenário internacional. Afinal, um filme é mais que uma história, é um reflexo da cultura e dos valores de quem o produz. E agora, a pergunta que não quer calar: quem vai ganhar essa disputa?
