O RPG que roubou meu coração (e 96 horas da minha vida)
Se você está buscando uma jornada que te absorva completamente, que te faça questionar a realidade em meio à escuridão e te deixe com um nó na garganta, prepare-se. Recentemente, enfiei meus dedos frenéticos em um RPG de turnos que, sinceramente, não quero que termine. E, para o meu bandido de um interno, ele já conquistou o posto de meu Jogo do Ano – e acreditem, as escolhas não são fáceis.
Chamem-no de Clair Obscur: Expedition 33, mas essa viagem, que me consumiu por mais de 96 horas ininterruptas, é muito mais do que um simples título. É uma imersão profunda em um mundo sombrio, permeado por mistério e uma melancolia quase palpável. SANDFALL Interactive, os criadores dessa obra-prima, tecem uma narrativa tão densa e rica que você se sente como um explorador em uma ruína ancestral, desenterrando segredos há muito esquecidos.
O que me cativou inicialmente foi a estética. A atmosfera visual é hipnotizante, um contraste perfeito entre a beleza gótica e a brutalidade de um futuro distópico. Cada tela é um poema visual, com uma trilha sonora que pulsa no peito e te acompanha em cada decisão. Mas essa beleza superficial é apenas a ponta do iceberg.
O combate, baseado em turnos, é complexo e recompensador. Não é só "atira, espera, repete". Exige planejamento estratégico, leitura das fraquezas do inimigo e, acima de tudo, a compreensão das habilidades únicas da sua companheira. A relação com ela é um dos alicerces da história, moldando o desenvolvimento do jogo e te forçando a confrontar dilemas morais que te pegam de surpresa. A jornada não é fácil, e a cada escolha você sente o peso das consequências.
E não me façam prometer que não tem reviravoltas. A trama de Clair Obscur é um labirinto de intrigas, traições e revelações chocantes que desafiam a lógica e a imaginação. A cada novo passo, a cada novo fragmento de informação, a sensação de que algo profundo está escondido logo abaixo da superfície se intensifica.
A recepção do jogo tem sido excepcionalmente positiva, e não é difícil entender porquê. No Metacritic, Clair Obscur: Expedition 33 já se destaca como um dos títulos mais elogiados de 2025, superando obras de grande prestígio como Monster Hunter Wilds e Kingdom Come: Deliverance II. Ainda há muitos jogos disputando a coroa de Jogo do Ano, mas este francês já está mostrando que veio para ficar.
Se você aprecia RPGs com narrativa envolvente, personagens memoráveis e um universo rico em detalhes, espere por Clair Obscur: Expedition 33. Prepare-se para se perder em sua escuridão, porque essa jornada provavelmente mudará sua perspectiva sobre o que um jogo pode oferecer. E, se você, como eu, se deixar levar, prepare-se para uma imersão que te consumirá por um bom tempo – e talvez, só talvez, te faça declarar seu próprio Jogo do Ano.