A Tempestade à Espreita: A Embracer e o Medo que Enfraquece
Nos últimos tempos, o universo gamer tem sido palco de um certo turbilhão. A Embracer Group, um gigante que se atreveu a tentar dominar múltiplos cantos da indústria, tem passado por um período nada tranquilo. Cancelamentos de projetos, rodízio de funcionários, fechamento de estúdios… a lista de desafios parece interminável. E o mais intrigante é que a própria Nintendo, uma das personalidades mais influentes do mundo dos consoles, parece ter levado a situação a um nível de preocupação que vai além dos números.
Imran Khan, um nome respeitado do jornalismo gamer do passado, lançou algumas bombas recentes. Segundo ele, a Nintendo tem se mostrado bastante reticente em compartilhar os tão desejados "dev kits" do próximo console – o hipotético Switch 2 – com a Embracer. E a razão por trás dessa recusa não é só uma questão burocrática ou de logística. A Nintendo, aparentemente, está assustada.
Aparentemente, o temor é que, com a Embracer em uma fase tão instável, algum dos estúdios da editora, em um piscar de olhos, possa ser fechado. E com o dev kit nas mãos de um estúdio que logo depois deixaria de existir, o console seria privado de um importante acessório para o desenvolvimento de novos jogos. Uma aposta arriscada, como se dissesse, não vale a pena o risco.
A situação é ainda mais alarmante quando se avalia o histórico recente da Embracer. Só neste mês, a empresa veio com a notícia de que estava cortando vagas na Crystal Dynamics (Tomb Raider) e na Eidos Montreal (Deus Ex). E se os cortes de pessoal recentes foram impactantes, o balanço de 2023 já mostra que mais de 4.800 colaboradores foram desligados, e que pelo menos 74 projetos foram arquivados. Mais de 48 estúdios foram encerrados, e a compra da Gearbox e da Saber Interactive, que prometiam fortalecer a carteira, acabou se mostrando um movimento estratégico mal calculado.
Entre os estúdios que fecharam as portas, nomes que ecoam na história dos jogos, como a Pieces Software (responsável pelo novo Alone in the Dark), a Free Radical Design (mestre em TimeSplitters) e a Galvanic Games (que se aventurava com Wizard with a Gun) desapareceram do mapa.
Enquanto a indústria aguarda ansiosamente o anúncio oficial do Nintendo Switch 2, programado para o dia 2 de abril, a questão da Embracer paira como uma nuvem escura. A pergunta que não quer calar é: será que a empresa conseguirá se reerguer dessa tempestade, ou o medo da Nintendo será a sentença final para seus ambiciosos planos? Resta saber se o próximo console trará a inovação prometida, ou será apenas mais um capítulo na saga de uma editora em busca de sua estabilidade.