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terça-feira, setembro 23, 2025
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Por que jogos desenvolvidos para PC precisam ser portados para outras plataformas?

Por que os Jogos “Fugem” do PC? A Saga Complexa da Portabilidade

Já se pegou pensando: como um jogo que nasce no PC acaba aparecendo no PlayStation ou Xbox? A resposta não é simples e envolve muito mais do que uma simples “adaptação”. A indústria gamer, em suas entrelinhas, guarda um segredo sobre o processo de portabilidade que geralmente não chega aos ouvidos do público casual. E, acredite, é bem mais complicado do que um simples clique de botão!

A verdade é que, mesmo com a predominância dos computadores como plataforma de desenvolvimento, os jogos não iniciam sua jornada no PC. A base, o código principal, é construído e testado em um “dev kit” – uma espécie de laboratório tecnológico – específico para cada console. Imagine que o jogo é escrito em um idioma que só o PlayStation entende, e só o PlayStation pode ler!

Travis McIntosh, um dos grandes nomes da Naughty Dog – a mesma empresa por trás de The Last of Us – explica a situação: “Temos um PC em nossas mesas, mas também temos um kit de desenvolvimento de PS5 ao nosso lado. E esses kits são conectados a uma TV. Quando compilamos o código, ele não roda em um PC. Ele roda no PlayStation ao nosso lado, e nós o depuramos nele.” Isso significa que o núcleo do jogo é basicamente moldado para o hardware específico do console, criando uma versão otimizada que aproveita ao máximo as capacidades daquela máquina.

Um Mar de Variáveis no PC

A grande sacada é que o PC é um universo de possibilidades, com uma infinidade de configurações de hardware – processadores, placas de vídeo, memória RAM – que variam drasticamente. Para um jogo criado para um hardware fixo e bem definido como o PlayStation, essa liberdade do PC se torna um problema colossal.

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"Não temos nenhum código que rodaria em um PC durante todo o desenvolvimento de Last of Us Part II", revela McIntosh. É preciso, então, fazer um “port” completo – uma reescrita quase total do código – para que ele seja compatível com as diversas configurações de um PC.

Nesse momento, entram em cena estúdios parceiros, como a Nixxes Software, que se especializam em transformar jogos de console em versões para PC. A Nixxes, como explica Jurjen Katsman, chefe do estúdio, precisa lidar com um desafio imenso: encontrar uma solução que funcione em “500.000 configurações diferentes”.

A Audiência PC: Exigente e Customizável

Mas as dificuldades não param por aí! Os jogadores de PC têm exigências diferentes. Eles buscam opções de personalização, experimentam com diversos periféricos e, acima de tudo, querem uma experiência sob medida para suas configurações.

“Jogadores de PC tendem a se interessar muito mais por usar diferentes dispositivos de entrada com a configurabilidade que desejam e a diferença em suas configurações de tela”, explica Katsman. "Eles buscam experiências diferentes. Acho que jogadores de PC geralmente gravitam em direção ao PC porque ele oferece muito mais configurabilidade, então se você tentasse dar a eles uma solução única para o PC, não seria isso que eles queriam. Eles querem algo muito mais versátil."

Shaders em Tempo Real: Uma Descoberta Complexa

Outro desafio é a forma como os gráficos são renderizados. No PlayStation, os “shaders” – os componentes de código responsáveis pela beleza visual do jogo – são compilados antecipadamente. No PC, essa tarefa precisa ser feita em tempo real, adaptando-se às características de cada placa de vídeo. Isso pode gerar travamentos ocasionais, mas a Nixxes trabalha incessantemente para minimizar esses problemas.

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Em resumo, a portabilidade de jogos para PC é um processo complexo, que envolve reescrita de código, testes exaustivos e adaptações para lidar com a infinidade de configurações de hardware. É um verdadeiro trabalho de engenharia para garantir que a experiência do jogador seja incrível, independentemente da máquina que ele escolher para jogar. É por isso que, às vezes, esperamos ansiosamente por um jogo como The Last of Us Part II no PC – um triunfo da Nixxes e uma prova de que, por trás da tela, há uma grande quantidade de dedicação e expertise.

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Fabio Marcel
Fabio Marcelhttps://presstart.com.br
Designer Gráfico, Web Designer e apaixonado por games, sou um profissional com mais de 20 anos de experiência transformando ideias em designs visualmente impressionantes e funcionais. Especialista em Design Gráfico, domino ferramentas como Adobe Photoshop, Illustrator, InDesign e Corel DRAW, além de atuar no Desenvolvimento Web com a criação de sites, blogs, e-commerces e landing pages utilizando tecnologias modernas e sistemas com Jet Engine. Com um extenso portfólio de projetos bem-sucedidos, disponível para visualização no Behance (https://www.behance.net/fmg_webdesign ), destaco minha habilidade em criar designs memoráveis e impactantes que se destacam na multidão, sempre aliando criatividade e funcionalidade para entregar resultados excepcionais.

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