A Força Negra e a Tempestade de Críticas: John Boyega Revela os Bastidores da Sua Experiência em Star Wars
O universo Star Wars sempre foi sinônimo de aventura, heróis icônicos e uma galáxia muito, muito distante. Mas, por trás das luzes da Força e dos efeitos especiais, existe uma realidade complexa, marcada por desafios e, para alguns, por uma certa desilusão. John Boyega, o ator que personificou Finn na mais recente trilogia cinematográfica, recentemente se permitiu ser franco sobre sua experiência na saga, expondo um lado muitas vezes obscuro do fandom e da indústria do entretenimento.
Em um documentário recente, o ator compartilhou um sentimento recorrente: a percepção de que Star Wars era, em grande parte, construído em torno de uma narrativa predominantemente branca. Para Boyega, a mera existência de um personagem negro no universo expandido da saga era, de certa forma, um ponto de atenção incomum, quase uma novidade chocante. E essa novidade, infelizmente, abriu as portas para críticas e ataques racistas, amplificados pelas redes sociais.
"É como se fosse uma pergunta impossível de responder", ele explica, descrevendo a reação de alguns fãs. "Se você tenta apresentar um personagem negro, a pergunta imediata é: ‘Bem, Lando Calrissian e Samuel L. Jackson estavam lá’. É como se a presença de um protagonista negro fosse uma espécie de ‘adicionamento’ forçado, algo que deveria ter existido desde o início".
A trajetória de Finn em Particular, um Stormtrooper que se junta à Resistência, serviu como um ponto focal para essa frustração. Inicialmente promissor, o personagem foi gradualmente relegado a papéis secundários, perdendo o desenvolvimento que havia sido esboçado. Boyega, que já havia expressado suas preocupações sobre o tratamento do seu personagem em entrevistas anteriores, ressalta a sensação de ser descartado após se tornar alvo de críticas alimentadas por uma parcela do público.
Mas a crítica de Boyega vai além de sua própria experiência. Ele aponta para um padrão preocupante: a aceitação de personagens negros como amigos ou auxiliares, mas a resistência quando esses mesmos personagens assumem papéis de liderança ou desafiam as expectativas. É a clássica divisão em "bom amigo" versus "herói", uma barreira que impede a verdadeira representatividade.
O caso de Amandla Stenberg, que interpretou as gêmeas Osha e Mae na série "The Acolyte", ilustra ainda mais essa realidade. Mesmo após a série ser lançada, a atriz e outros protagonistas negros foram alvo de ataques racistas, com fofocas e estereótipos sendo amplificados online. A reação demonstra a dificuldade em aceitar narrativas que se desviam do modelo tradicional, mesmo em um universo tão vasto e imaginativo como Star Wars.
O fato de "The Acolyte" ter sido cancelada após apenas uma temporada pode ser interpretado como um sinal de que a pressão online possui um peso considerável. Embora a Disney ainda não tenha demonstrado sinais de ceder completamente às críticas, a recente flexibilização de suas políticas de inclusividade sugere que a empresa está, ao menos, levando em consideração o impacto das vozes minoritárias.
A experiência de John Boyega serve como um lembrete de que o Star Wars, como qualquer obra de ficção, é um reflexo da sociedade em que foi criado. A luta por representatividade, por diversidade e por inclusão não é apenas uma questão de justiça, mas também de expansão das possibilidades narrativas e da construção de um universo mais rico e autêntico.
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